quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O que é Parto Humanizado ?

Por Eleonora de Moraes

Uma importante questão a ser esclarecida é que o termo "Parto humanizado" não pode ser entendido como um "tipo de parto", onde alguns detalhes externos o definem como tal, como o uso da água ou a posição, a intensidade da luz, a presença do acompanhante ou qualquer outra variável. A Humanização do parto é um processo e não um produto que nos é entregue pronto.

Acredito que estamos a caminho de tornar cada vez mais humano este processo, isto é, tornar cada vez mais consciente a importância de um processo que para a humanidade sempre foi instintivo e natural e que por algumas décadas tentamos interfirir mecanicamente, ao hospitalizarmos o nascimento e querer enquadrar e mecanizar em um formato único as mulheres e o evento parto.

O termo “humanização” carrega em si interpretações diversas. A qualidade de “humano” em nossa cultura quase sempre se refere à idéia arraigada na moral cristã de ser bom, dócil, empático, amável e de ajudar o próximo. Nesse contexto, retirar a mulher de seu “sofrimento” e “acelerar” o parto através de medicações e de manobras técnicas ou cirúrgicas e é uma tarefa nobre da medicina obstétrica e assim vem sendo cumprida.

Mas há um porém neste tipo de intervenção. Um olhar mais atento na prática atual da assistência ao parto revela uma enorme contradição entre as intervenções técnicas ou cirúrgicas e as suas conseqüências no processo fisiológico do parto e na saúde física e emocional da mãe e do bebê. Um olhar ainda mais atento nos processos culturais, emocionais, psíquicos e espirituais envolvidos no parto revelam novos e norteadores horizontes, tal qual a importância, para mãe e filho, de vivenciar integralmente a experiência do parto natural.

A qualidade de humano que se quer aqui revelar envolve os processos inerentes ao ser humano, os processos pertinentes ao ciclo vital e a gama de sentimentos e transformações que a acompanham. O processo de nascimento, as passagens para a vida adolescente e adulta, a vivência da gravidez, do parto, da maternidade, da dor, da morte e da separação são experiências que inevitavelmente acompanham a existência humana e por isso devem ser consideradas e respeitadas no desenrolar de um evento natural e completo como é o parto. Muitas e muitas mulheres ao relatarem seus partos via cesariana mostram a frustração de não terem parido naturalmente, com as próprias forças, os seus filhos. Querem e precisam vivenciar o nascimento de seus filhos de forma ativa, participativa, inteira. Viver os processos naturais e humanos por inteiro muitas vezes envolve dor, incômodo, conflito, medo. Mas são estes mesmo os “portais” para a transição, para o crescimento, para o desenvolvimento e amadurecimento humano.

A humanização proposta pela ‘humanização do parto’ entende a gestação e o parto como eventos fisiológicos perfeitos (onde apenas 15 a 20% das gestantes apresentam adoecimento neste período necessitando cuidados especiais), cabendo a obstetrícia apenas acompanhar o processo e não interferir buscando ‘aperfeiçoá-lo’.

Humanizar é acreditar na fisiologia da gestação e do parto.
Humanizar é respeitar esta fisiologia, e apenas acompanhá-la.
Humanizar é perceber, refletir e respeitar os diversos aspectos culturais, individuais, psíquicos e emocionais da mulher e de sua família.
Humanizar é devolver o protagonismo do parto à mulher.
É garantir-lhe o direito de conhecimento e escolha.

Vamos pensar?

Quando uma mulher está grávida, muitas coisas passam na sua cabeça e uma delas é como será o parto. Pensando no mundo de hoje em como anda a tecnologia e como os médicos tem a capacidade de enganar mulheres usando desta desculpa ou de outras me entristece tanto... Penso em tantas mulheres que tiveram os seus sonhos interrompidos por conta de uma cesariana desnecessária. Já houvi de muitas mulheres dizendo que eu sou doida em querer ter um filho de parto normal e que isso é retroceder ou algo muito primitivo e que a tecnologia está no mundo para atuar ao nosso favor, até concordo com a ultima afirmação, não sou contra a cesária, apesar de ter medo dela, eu penso que esta tecnologia existe para salvar vidas e não como um comodismo para os médicos pq marcar uma data e horário é mais fácil do que ficar horas esperando o momento mágico acontecer e com isso milhares de mulheres são enganadas e tiradas do seu direito único e exclusivo de parir. Sempre é muito importante estudar, conhecer, ler e ter outras opiniões médicas antes de aceitar um dizer que o seu filho corre risco se vier de parto normal. Lembrem-se a mulher nasceu com este dom, ela tem a força necessária para isso e é a melhor forma de uma criança vir ao mundo, é melhor para mãe e é melhor para o bebê.
Eu sei o quanto isso faz bem para o bebê e fortifica a mãe em todos os sentidos. É um momento único que somente a mulher tem o direito de passar. Sou realmente uma defensora do parto normal (rs) e mais ainda, do parto natural humanizado, quando a muler tem a oportunidade de conhecer mais o assunto percebe que não há pq temer, muito pelo contrário. A taxa de mortalidade de bebês e mães com a cesariana desnecessária é muito maior do que com o parto normal e o parto natural humanizado consegue ser com muito menos dor mesmo sem a utilização de drogas anestesicas pq existe a prévia preparação da mãe, só a forma diferenciada de respirar já auxilia na minimização da dor. Vamos pensar mais nisso?